"...Há alguns anos escrevi a apresentação para um álbum de 21 litografias de Scorzelli, intitulado "Bestiário". Eram desenhos de bichos, obviamente figurativos, já com uma certa dose de lirismo,como as transparências que fazem parte de uma lito bem realizada, mas acredito que ainda se trava de uma procura meio inconsciente, de descanso da geometria cerebral, que é habitat natural para um arquiteto também artista plástico.
E mais ainda para alguém que conviveu em trabalho durante algum tempo, na suíça, com a escultora Mary Vieira.
Esta exposição na "Saramenha" é uma verdadeira declaração de amor. Amor pela cidade do Rio de Janeiro, sobretudo a parte ligada ao mar.
Para conseguir esta luminosidade, esta leveza, esta transparência quase opalescente - sem dúvida remanescente de Turner - Scorzelli está pesquisando a muito tempo mesmo antes de começar a pensar em paisagens. Ele diz que sempre se sentiu fascinado pela transparência, e este fascínio produzindo os seus resultados..."

Mark Berkowitz, 1981